Participando de um curso de Gestão ambiental ouvi diversas
vezes o desenvolvimento sustentável como a meta a ser conquistada em nosso
século. Então decidir fazer uma pesquisa mais aprimorada sobre essa questão. E
assim surgiu a seguinte sistemática: para acontecer de fato o desenvolvimento
sustentável precisa contemplar principalmente três esferas: a econômica, a social
e a ambiental. Em outras palavras ser economicamente viável, ser socialmente responsável
e ambientalmente equilibrado. Mas então, como ser socialmente responsável com politicas
públicas ineficientes em favor de ricos e influentes? Como ser ambientalmente
equilibrado se os moldes industriais são voltados para o alto uso de recursos
naturais e produção em larga escala? O sistema capitalista não possibilita e
nem acredito possibilitar um comercio justo e consciente em tempos futuros. Atualmente
existem programas solitários de compras e vendas por preço justo, exemplo do
comercio de chá em alguns lugares da Ásia, onde se compra agregando a situação
social local para se revender em países desenvolvidos a baixos lucros. Ficando
muito longe da intenção dos modelos econômicos atuais.
Não é uma crítica ao sistema capitalista, mas a teoria
utópica do desenvolvimento sustentável
em que ainda sonha em engatinhar. Desenvolver é preciso e “ecologicar” mais
ainda. Todavia, escalar o talude entre essas demandas é nosso desafio. Não
apenas uma mudança de postura por parte da população, mas assunto de politicas
publica e governamentais. Conservar não é uma prática simples e direta, envolvem
modelos econômicas, vícios culturais, identidades ambientais... Então se
desenvolver sustentavelmente ainda é inviável diante das necessidades da nossa
sociedade. Porque desenvolver já é uma característica de mudança, se tornando
assim imprescindível a teorização de novas ideias como o “desenvolvimento mais
equilibrado”. Seria esse um termo bem mais apropriado à realidade em que
vivemos e viveremos, possibilitando assim uma maior aproximação do possível e
provável. A massificação dos termos ecológicos não deve virar falácias e extremismos.
Precisamos encarar a realidade ambiental de forma mais sincera e honesta
consigo mesmo, não precisamos prometer o que não será cumprido. As tantas
conferências e encontros não podem virar somente cartas de intenção, a rio + 20
é nosso mais novo exemplo. As novidades e ideias serão sempre bem vistas a
medida que sejam planejadas e viáveis para acontecer. Não precisamos da carta da terra nem da agenda 21, de protocolos já estamos
lotados. Precisamos nos apegar a coisas palpáveis e reais, como as novas
tecnologias de produção mais limpa. Pode ser um bom suspiro diante a crise
ambiental a qual estamos acometidos, e nos apegar a elas é uma boa oportunidade
para acreditar num desenvolvimento mais equilibrado. Sim, eu acredito.
Em 2011 lendo uma reportagem sobre educação ambiental
descobrir que mais de 90% das escolas brasileiras já a incorporam em sem
conteúdo. Então está tudo correndo bem, certo? Errado! O que boa parte das
escolas chama de plano de educação ambiental, são eventos pontuais, dia da água,
da floresta, dia do índio. Essas ações não deixam de ser interessantes, mas por
si só, não são capazes de mudanças no caráter formativo das crianças. Educar
ambientalmente é atividade integral com lição para toda vida. Se fazendo necessárias
ações cotidianas na escola e comunidade. Por isso citei acima que se faz
necessário politicas públicas e governamentais, principalmente no âmbito
social. Certa vez visitei a RPPN (reserva particular do patrimônio
natural)-Serra bonita-Camacã-ba, e lá fui recebido pelo guia da reserva, me
mostrou tudo, dominando qualquer levantamento a qual o submetia. Mas tarde
descobrir que antes da área ser considerada uma RPPN, ele era madeireiro, por
isso conhecesse tanto aquela região. Isso me fez entender o quanto se faz
importante à inserção da comunidade para o alcance do objetivo.
Acredito muito no
instrumento da educação ambiental como ferramenta para alcance de um planeta
mais equilibrado. E com certeza mais cedo ou mais tarde nos veremos obrigados a
mudar. Até onde será essa mudança de fato pagaremos para ver.
Por Fernando Landulfo