quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Ecologicar



Participando de um curso de Gestão ambiental ouvi diversas vezes o desenvolvimento sustentável como a meta a ser conquistada em nosso século. Então decidir fazer uma pesquisa mais aprimorada sobre essa questão. E assim surgiu a seguinte sistemática: para acontecer de fato o desenvolvimento sustentável precisa contemplar principalmente três esferas: a econômica, a social e a ambiental. Em outras palavras ser economicamente viável, ser socialmente responsável e ambientalmente equilibrado. Mas então, como ser socialmente responsável com politicas públicas ineficientes em favor de ricos e influentes? Como ser ambientalmente equilibrado se os moldes industriais são voltados para o alto uso de recursos naturais e produção em larga escala? O sistema capitalista não possibilita e nem acredito possibilitar um comercio justo e consciente em tempos futuros. Atualmente existem programas solitários de compras e vendas por preço justo, exemplo do comercio de chá em alguns lugares da Ásia, onde se compra agregando a situação social local para se revender em países desenvolvidos a baixos lucros. Ficando muito longe da intenção dos modelos econômicos atuais.
Não é uma crítica ao sistema capitalista, mas a teoria utópica do desenvolvimento sustentável em que ainda sonha em engatinhar. Desenvolver é preciso e “ecologicar” mais ainda. Todavia, escalar o talude entre essas demandas é nosso desafio. Não apenas uma mudança de postura por parte da população, mas assunto de politicas publica e governamentais. Conservar não é uma prática simples e direta, envolvem modelos econômicas, vícios culturais, identidades ambientais... Então se desenvolver sustentavelmente ainda é inviável diante das necessidades da nossa sociedade. Porque desenvolver já é uma característica de mudança, se tornando assim imprescindível a teorização de novas ideias como o “desenvolvimento mais equilibrado”. Seria esse um termo bem mais apropriado à realidade em que vivemos e viveremos, possibilitando assim uma maior aproximação do possível e provável. A massificação dos termos ecológicos não deve virar falácias e extremismos. Precisamos encarar a realidade ambiental de forma mais sincera e honesta consigo mesmo, não precisamos prometer o que não será cumprido. As tantas conferências e encontros não podem virar somente cartas de intenção, a rio + 20 é nosso mais novo exemplo. As novidades e ideias serão sempre bem vistas a medida que sejam planejadas e viáveis para acontecer. Não precisamos da carta da terra nem da agenda 21, de protocolos já estamos lotados. Precisamos nos apegar a coisas palpáveis e reais, como as novas tecnologias de produção mais limpa. Pode ser um bom suspiro diante a crise ambiental a qual estamos acometidos, e nos apegar a elas é uma boa oportunidade para acreditar num desenvolvimento mais equilibrado. Sim, eu acredito.
Em 2011 lendo uma reportagem sobre educação ambiental descobrir que mais de 90% das escolas brasileiras já a incorporam em sem conteúdo. Então está tudo correndo bem, certo? Errado! O que boa parte das escolas chama de plano de educação ambiental, são eventos pontuais, dia da água, da floresta, dia do índio. Essas ações não deixam de ser interessantes, mas por si só, não são capazes de mudanças no caráter formativo das crianças. Educar ambientalmente é atividade integral com lição para toda vida. Se fazendo necessárias ações cotidianas na escola e comunidade. Por isso citei acima que se faz necessário politicas públicas e governamentais, principalmente no âmbito social. Certa vez visitei a RPPN (reserva particular do patrimônio natural)-Serra bonita-Camacã-ba, e lá fui recebido pelo guia da reserva, me mostrou tudo, dominando qualquer levantamento a qual o submetia. Mas tarde descobrir que antes da área ser considerada uma RPPN, ele era madeireiro, por isso conhecesse tanto aquela região. Isso me fez entender o quanto se faz importante à inserção da comunidade para o alcance do objetivo.
 Acredito muito no instrumento da educação ambiental como ferramenta para alcance de um planeta mais equilibrado. E com certeza mais cedo ou mais tarde nos veremos obrigados a mudar. Até onde será essa mudança de fato pagaremos para ver.


Por Fernando Landulfo

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

EM BUSCA A UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE


Debater a educação no Brasil é sempre interessante, ambíguo e talvez paradoxal. Vivemos sobre conceitos e deveres bem longe da realidade atual das escolas e dos alunos que habitam o universo escolar. Os educadores lutam contra a malemolência governamental que assola todos os segmentos educacionais, principalmente quando se fala no campo da educação básica. Encontra-se nas escolas resistências por alguns que deveriam ser facilitadores de uma boa e nova educação de qualidade, pregados eles no legado do ensino pouco questionador e muito pouco formador de senso crítico. Aqueles educadores que por ventura driblam esse legado, muitas vezes encontram no ambiente escolar entrave imposto pelo próprio sistema educacional, que nos faz pensar que foi criado para dar errado. No meio desse burburinho de informações, estão nossos sofridos alunos,sendo vitimados por erros que não cometeram,pagando o preço de morar num país em que educação pode ficar em segundo, terceiro ou quem sabe em quarto plano. Por essa razão eventos vocacionados nas áreas dos conhecimentos devem ser cada vez mais estimulados, no dever de debater a realidade educacional e propor novas mudanças no modelo atual. Unindo escola-universidade numa forma não preconceituosa, mas sim intercambiando o conhecimento, levando a todos a possibilidade de uma boa formação. Assim poderemos formar educadores mais preparados e mais engajados na busca de uma educação de melhor qualidade.

Por Fernando Landulfo

segunda-feira, 4 de abril de 2011

QUAL O FUTURO JAPONÊS?


Todos os dias os meios de comunicação debatem esta pergunta, mas pouco se sabe qual realmente o futuro do povo japonês. O Japão foi arrasado essa é única certeza que temos. No momento a recessão econômica assola todos os setores da economia, o racionamento de alimentos já é uma realidade. Entretanto no meio desse turbilhão de informação surgem brechas do legado que o japonês carrega inerente do seu berço. O poder de reviver, de renovação e por que não falar em reconstrução. Especialistas até hoje buscam resposta para entender onde o povo japonês encontra tanta força para se desenterrarem dos escombros que a centenas de anos insistem em cair em suas cabeças. E a resposta cada vez mais se aproxima da palavra ZEN. Não o ser zen que estamos acostumados a ouvir.Mas o profundo sentido da palavra...

“Tudo na vida é parte de um todo interdependente. Se eu não escrevesse, não haveria você para ler. Sem alimentação diária, não haveria eu para escrever. Sem o sol, não haveria alimentação. Sem todas as forças fundamentais do universo, não haveria sol. Através de uma vasta rede de conexões tudo está ligado a tudo. Coisas separadas só existem em relação ao todo. Em si mesma elas não têm existência independente. Nós vivemos as coisas como se fossem separadas por que pensamos nelas separadas. Mas quando a mente está silenciosa, a realidade é vivida como vazia de toda a separação. Não eu. Não você. Não uma coisa. Isto é ZEN.”

TIMOTHY FREKE-In zen-palavra básica

É nesse ideal que povo japonês encontra forças para ressurgirem das cinzas.
Não será mais um escombro pesado que irá apagar a luz que a terra do sol nascente têm.

Força Japão!


                                                                                                                 Por Fernando Landulfo

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

MANGUEZAL... UM ECOSSISTEMA ABANDONADO!

A floresta de mangue ou manguezal compreende cerca de 20.000 km² do território brasileiro. Desde o estado do Amapá à Santa Catarina. Este ecossistema vem sofrendo há décadas com o crescimento desordenado das cidades, gerando sérios impactos de curto, médio e longo prazo. Percorrendo pelo litoral, de Ilhéus à Canavieiras, podemos visualizar as mudanças nas paisagens dos manguezais. Desde ocupações ilegais a problemas ligados a aterramento sanitário de má qualidade.

Existem, principalmente, três tipos de mangue. O mangue preto, onde habita regiões alagadas ou bem úmidas, utilizando de uma adaptação chamada pneumatóforos, que são nada mais que ramificações das raízes, ajudando na respiração da árvore. Mangue vermelho, onde habita regiões alagadas ou bem úmidas também, possuindo raízes mais robustas e áereas, servindo como proteção das margens ao assoreamento. E mangue branco, que habita áreas mais secas, devido a sua condição de existência mais sensível à relação submersa da raiz. Entretanto, todos esses tipos de mangue podem de alguma forma, coexistirem.

A flora dos manguezais passou por adaptações para resistirem ao ambiente salino. Uma de suas adaptações é a glândula de sal. Este tipo de glândula possibilita a excreção do sal pelas folhas. Para comprovar este processo evolutivo é só tocar com a língua uma folha de mangue. Outra adaptação dos mangues é a viviparidade, processo evolutivo no qual as sementes só desgrudam da folha mãe quando já possui extremidades grandes o suficiente para grudarem na margem e germinarem.

O local de encontro do rio com o mar é chamado de estuário. É justamente neste local que existe uma grande competição alimentar, seja da fauna do rio, quanto à trazida pela cheia das marés, intensificando o intercâmbio entre as espécies. Sabe-se que cerca de 70% das espécies marinhas já passaram ou vão passar algum tempo de sua vida nos rios que banham o mangue. Provando mais uma vez a importância de manter este ecossistema vivo.

O mangue no passado sofreu muito preconceito, era considerado um ambiente sem vida e por ser habitado por vetores de doenças como  febre amarela e malária, foi suficiente para se fazer uma associação do mangue com o assolamento dessas doenças, gerando uma relação desagradável e injusta de mangue com bagunça, sujeira. e etc.

Hoje, sabemos que as florestas de mangue não tem nada com um ambiente inóspito e duentiu, vão muito além de berçário natural, mas também servem de rotas migratórias em determinada época do ano, como é o caso do maçarico. Uma ave vinda da América do Norte, todos os anos, no verão, em busca de um clima mais quente para se alimentar. Outros animais também utilizam as áreas de manguezais como território de caça, exemplo é o caso do guaxinim.

Sabe-se que o mangue tem um papel fundamental no reabastecimento da fauna pesqueira, servindo como berçário natural de muitas espécies que encontram neste tipo de bioma a chance certa para reproduzirem com mais segurança.Sem falar na importância social do mangue,milhares de famílias retiram do mangue o seu sustento.

Precisamos, sem dúvidas, prestar mais atenção aos nossos esquecidos manguezais. É uma forma de preservar o sustento das comunidades ribeirinhas, e, se pensarmos ao longo prazo, preservar a abundância da fauna marinha.

                                                                                                                      Por Fernando Landulfo

domingo, 14 de novembro de 2010

O Cacau e a mata Atlântica

Por volta de 1500 uma excursão liderada por Pedro Álvares Cabral deu o grito de descobrimento do Brasil. Chegando aqui a caravana portuguesa se impressionou com tanta biodiversidade, fauna e flora exuberantes.” Há no Brasil grandíssimas matas de arvores agrestes,cedros,carvalhos,vinháticos,argelins e outras não conhecidas em Espanha, de madeiras fortíssimas para se poderem fazerem delas fortíssimos galeões”[...]Esse foi um trecho do relato de Pero Vaz De Caminha ao chegar nesta terra.A parti deste momento histórico o Brasil passou a ser sucumbido pela exploração infinita de seus recursos naturais. Suas arvores decoram moradias e suas terras coloriram igrejas com metais preciosos na Europa. Veio o ciclo do ouro,da cana de açúcar,da borracha.Nesse contexto de destruição dos biomas surge a grande importância do ciclo do cacau para a preservação da mata atlântica no Brasil.A partir do incremento da cultura cacaueira para nossa terra, especialmente para o sul da Bahia notou-se a importância da preservação da mata nativa para o sombreamento necessário  ao cultivo do fruto do cacau.Dessa forma este tipo de cultura contribuiu significativamente para a preservação da mata atlântica da nossa região,pois desacelerou-se o processo de devastação da mata e ainda estimulou-se o replantio de zonas de sombreamento. Este tipo de consorcio de mata nativa e cacau ganhou-se o nome mais tarde de cabruca.Caminhando pela mata atlântica é fácil perceber o motivo de ser considerado o ecossistema mais biodiverso do planeta, é recordista em espécies endêmicas(encontradas apenas num determinado lugar) o que o torna ainda mais impressionante.Sem dúvidas precisamos preservar esses quase 7% de mata atlântica que ainda resta e agradecer a cultura cacaueira pelo bem que fez a nossas matas, pois sem ele provavelmente não restaria este percentual do bioma ainda presente.
                                                                                                       Por Fernando Landulfo da Silva pereira

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Água, por que economizar? Será que um dia vai acabar?



Estamos vivenciando um momento na historia da humanidade que requer muita atenção. Todos os dias ouvimos noticias enfatizando a questão da água e seus efeitos na humanidade. Mas por que será que precisamos nos preocupar tanto com essa questão?A resposta é muito simples, além de ser a fonte da vida a água é o berço das civilizações. Se voltarmos um pouco na historia, perceberemos o quanto o curso de um rio influenciava na vida política, na religião e na economia das comunidades. O rio Nilo na África é um forte exemplo dessas influencias, desde os primórdios das civilizações já relatavam ali a importância de suas cheias, o quanto de vida a espreitava a época das inundações, os rituais que eram feitos. E se pararmos um pouco para observar sobre a importância cultural dos rios nos dias de hoje veremos que ainda é muito forte. Todavia o que mudou foi a forma com que a pessoas cuidam das águas... as civilizações antigas tinham admiração pelas águas,veneram, acreditam que ali habitavam Deuses e por isso respeitavam, bem diferente dos tempos atuais em que sujeira combina com rio.


Atualmente 300 milhões de pessoas no mundo são obrigadas a utilizar água do mar e de lençóis freáticos salobros pelo processo de dessalinização da água por falta de água doce. Dos 97,5% de água do planeta apenas 2,5% são de água doce sendo que dois terços disso estão congelados. E ai, será que a água pode acabar? Povos do Quênia percorrem quilômetros todos os dias atrás de um balde d’água. Na favela de Luanda em Angola um saco plástico de água limpa é vendido por 10 centavos de dólar. Será mesmo que água não pode acabar?

Contextualizando para nossa realidade percebemos que a falta de água já é uma verdade, a água já não cai nos reservatórios todos os dias.Os rios estão sofrendo muito com as poluições das cidades.E muitos reservatórios já não mais suficientes para abastecer cidades em crescimento, gerando um forte racionamento.

Diante de tudo isso precisamos acordar. Precisamos acima tudo de conscientização. Quando falo conscientizar é mudar hábitos, porque não diminuir o tempo no banho, por que não escovar os dentes com a torneira desligada... quem sabe consertar o vazamento da torneira...

Uma pessoa que escova os dentes duas vezes por dia e deixa a torneira aberta por apenas um minuto, em um mês desperdiça cerca de 960 litros de água. Uma torneira mal fechada, que desperdiça pouco mais de 1 gota por segundo, joga fora 46 litros de água em 1 dia que ao final de 1 mês somam 1.380 litros de água desperdiçada.Então esta percebendo quanto podemos desperdiçar?

Se aos poucos fomos nos conscientizando será muito importante no resultado final. O seu bolso vai agradecer e a natureza presentear sua futura geração com dias em que um copo de água não seja disputado.

Por Fernando Landulfo

quinta-feira, 8 de abril de 2010

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Estamos entrando na 4ª onda da educação que dá ênfase à mídia eletrônica, o computador, os elementos tecnológicos de forma geral. E é essa busca incessante por tecnologias, que tem afastado o homem do convívio com a terra, gerando grandes problemas ambientais dentre eles as queimadas, poluição, enchentes dentre outros.


Nessa assertiva, surge a educação ambiental, com um modelo de abrangência da educação convencional, entrelaçando os conhecimentos ecológicos com os interesses da vida urbana, fomentando um convívio mais equilibrado entre o homem e os recursos naturais.

O mundo alerta! Clama! Por alternativas de uma educação mais sustentável, que respeite as diferentes culturas, línguas, etnias, religiões, filosofias e busque no seu próprio contexto e na sua própria diferença um alicerce que possibilite caminhar sem gerar agressões ao ecossistema que vive. Por que será que somos os únicos animais que destroem o ambiente em que vivem? Que tal não jogar o lixo no chão? E nem pela janela do carro? Atitudes básicas, como esta, podem ajudar um ecossistema em risco.

Vale ressaltar, que em muitas escolas, esse tipo de educação vem ganhando um caráter bem ecopedagógico, através da conscientização crítica e inovadora por uma educação sustentável, quebrando até mesmo as barreiras do ambiente escolar, se propagando por toda comunidade.

Países como, Dinamarca e Reino Unido, já vem colhendo frutos positivos através de campanhas ecológicas, diminuindo o consumo de energia e aumentando o uso de tecnologias renováveis. É dessa forma que as potências mundiais estão investindo em seus países, investindo justamente na consciência ecológica.

Sem dúvida, esse é o caminho que precisamos seguir!


Por Fernando Landulfo-estudante de eng.ambiental e Fabiana Kauark- doutoranda em educação